Conheça alguns pilares do teatro moçambicano

 Conheça alguns pilares do teatro moçambicano

O teatro pode ser visto como a arte de apresentar-se e elevar os seus sentimentos do público presente numa mistura de emoção, reflexão, drama, suspense e comédia.

Com o surgimento na Grécia Antiga, no séc. VI a.c, a manifestação que ocupa a segunda posição da classificação/numeração das artes, popularizou-se e chegou para mais mundos, como é o caso de Moçambique, e quando se fala de teatro moçambicano, há casas e autores que não podem ficar por fora, os quais apresentamos a seguir neste artigo.

Veja:

Cine Teatro Scala

O Cine-Teatro Scala é um edifício cultural moçambicano situado na baixa de Maputo, que conta com mais de 80 de anos de história, configurando-se num dos pilares mais firmes que continua conservando a sua originalidade, e um ícone da Art Déco. Tem no seu interior, uma grande sala de cinema com cerca de mil lugares, do nome “Cine-Teatro” o espaço caracteriza-se por oferecer actividades culturais ligados a exibição cinematográfica, como também teatrais que carregam o sinónimo da palavra clássico.

Mutumbela Gogo

Um dos factos curiosos do grupo que tem como casa o Teatro Avenida, é que no dia que quisera se anunciar como um movimento teatral (19/10/86), perdia a vida o primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, na tragédia de Mbuzini, o que fez com que o grupo voltasse semanas depois para o acto.

O grupo foi criado pela encenadora e produtora moçambicana, Manuela Soeiro, ao lado de Victor Raposo. É uma das primeiras companhias profissionais de Moçambique e integram como membros iniciantes Evaristo Abreu, Adelino Branquinho, João Manja, Lucrécia Paco e Graça Silva, nomes que são hoje importantes do teatro moçambicano.

Reconhecida também internacionalmente, tendo passado por festivais na África e Europa como Burkina Faso, Zimbabwe, Portugal, França, Espanha, Alemanha, Suécia e Noruega.

“Eu Eduardo Sonhei a Terra”, “Nove Hora”, “Governadores de Orvalho”, “A Máquina Extraviada” e “O Inspector” são algumas das peças já apresentadas pelo grupo.

Companhia de Teatro Gungu

“Gungu Apresenta” é a voz de Gilberto Mendes, ator, encenador e político moçambicano, em anúncio ao público, na televisão, através do vídeo publicitário, de uma peça por se estrear ou em reposição por parte da Companhia de teatro Gungu, o qual fundou em 1992.

O movimento Gungu é uma das companhias de teatro mais sólidas e consistentes, sendo que até à data dos factos terá apresentado peças ininterruptamente até 2019, isto na sua residência que leva o nome do fundador, Cine Teatro Gilberto Mendes, localizado na cidade de Maputo.

A casa já apresentou mais de 60 peças, dentre as quais o destaque vai para “A Demissão do Sô Ministro“, “Os Homens Também Choram”. Já actuou em Portugal, Espanha, França, Argentina, Brasil etc.

Nomes como Emelda Macamo, Beatriz Munguambe, Lina Muchanga, Samuel Malumbe, Elísio Cuinica e Juanet Rombe integram a lista de membros.

Festival Internacional Teatro de Inverno (FITI)

O Festival Internacional Teatro de Inverno (FITI) existe há mais de  15 anos e é o mais longo movimento cultural que acontece em Moçambique e o único que reúne grupos e companhias teatrais, anualmente.

O festival é uma iniciativa desenvolvida pela Associação Cultural Girassol, com o objectivo de apoiar os grupos amadores de teatro desde emergentes e já estabelecidos através da divulgação do seu trabalho para mais público, associativismo cultural e formação de actores. 

Casas Culturais

Do Scala, Gungu, Gogo e FITI, o teatro é também suportado pelas casas culturais ao destaque da Fundação Fernando Leite Couto e 16 Neto, onde faz parte da sua agenda apresentação de peças teatrais e pelo acolhimento, por parte do FFCL, de peças inseridas nas edições do FITI.

Conheça a Associação Moçambicana de Teatro (AMOTE)

Johnson Pedro

Jornalista Cultural

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