Músicas lançadas em tempos de confinamento em Moçambique

 Músicas lançadas em tempos de confinamento em Moçambique

Engana-se quem pensa que face ao cancelamento de vários eventos ligados a cultura e, em referência a música, a mesma esteja em crise ao que concerne lançamentos. No caso de Moçambique, os artistas continuam, ainda que confinados, exercendo a arte e compondo, e alguns seguindo o que se espera nessas alturas no que concerne o papel da arte, o uso da mesma para passar a informação de como combater ou proteger-se da pandemia do novo Coronavírus, mostrando que pode até demorar l, mas o seu “fim” está para breve.

O Moz Entretenimento reúne aqui algumas músicas lançadas nesse contexto do uso da arte ao bem comum ou outras músicas lançadas em tempos de confinamento e que carregam o sentido anterior mencionado, passam a informação e acalmam o mundo nesta luta.

Vários Artistas – Fica em Casa

Vozes ligados ao ritmo nacional, Pandza, cidadela da Matola e a província de Sofala, deixaram ficar numa só voz, ainda que em faixas diferentes, sobre a necessidade do cumprimento das medidas de restrições impostas pelas autoridades de saúde na luta contra a pandemia, destacando logo através do título uma dessas medidas gerais que se trata de permanecer em casa.

São três faixas em destaque, a primeira é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Juventude e Emprego com os artistas: Valter Artistico, Lizha James, Euridse Jeque, Mr. Kuka & Dj Ardiles.

A segunda que o título é Thsama Kaya Bay (Fica em casa, em Shichangana) é uma ideia da Associação dos Músicos da Matola nas vozes dos H20, Tchakaze, Edu, Dr.Domingos, Gasso Franco, Isa Faife e Ta Basily, onde cada artista deixa ficar a mensagem na língua local ou que seja do seu domínio no dia-a-dia, desempenhando assim a inclusão no acesso a informação ao povo.

A terceira “Fique em Casa, por respeito ao nosso país”, pertence aos músicos da província de Sofala (centro do país) onde destaca-se a questão de tornar a informação abrangente e ou inclusiva, sendo cantado 90% nas línguas locais e faladas na província supracitada. Está na ficha técnica vozes como: Valdemiro Albino, Dila Silva, Jorge Mamade, Dom Joao, Negra Moz, Lurdes Montanha, Amostra Sobrinho, Afro Mimgo e Kingston Baby.

Marlene Preta Negra-Hosi Yanga

Aproveitando-se do actual cenário de incertezas que é causado pela Covid-19, Marlen, a Preta Negra, decidiu mostrar a necessidade das pessoas arrependerem-se dos seus pecados e voltarem-se para Deus, retratando a história de uma mulher que se arrepende dos seus pecados e decide seguir os caminhos do Salvador para vencer o isolamento que lhe foi imposta após ter sido diagnosticado como um caso positivo ao novo Coronavírus após o seu desembarque no Aeroporto Internacional de Maputo com a família. Encontrando na bíblia e no cristo as forças para vencer o período de isolamento.

Mr.Bow- Xikwembu Rhivalela

https://www.youtube.com/watch?v=ZmXMMpi70dE

Em Xikwembu Rhivalela (Perdoai-nos senhor, tradução livre) o músico Mr.Bow busca manter um contacto com o criador pedindo por mais uma chance ou perdão para com os seus filhos para que seja possível ultrapassar o actual cenário e também vencer outros males que assolam o mundo como é o caso das guerras, fomes e doenças, o destaque está ao continente africano.

Mr Bow busca em Deus a solução para a resolução desses problemas pedindo misericórdia ao senhor por acreditar que seja este o criador do início e o fim da vida e não basta uma segunda chance, como também, as coordenadas para vencer os problemas.

Tima-Zula

https://www.youtube.com/watch?v=HVu3bu1lZKo

Na mesma linha de conceito musical da Marlen e o Mr.Bow, a cantora Tima, em “Zula” busca mostrar sobre a necessidade do fortalecimento da fé e acreditar que Deus tem um plano para cada pessoa e está presente nessa luta que se tem travado, apelando a calma, destacando que Deus lutou e continuará o fazendo para bem dos seus filhos.

Justino Ubakka – Não é o fim

“Quem foi que disse que é o fim?” É esta a questão chave da composição do jovem Justino Ubakka ao que responde que ainda não chegou o fim da “humanidade”. A ideia é transmitir a esperanças aos fãs, sinetando que não importa em que situações esteja ou os pecados cometidos, sempre haverá uma salvação, referênciando ao Cristo, que ele sempre irá estender a sua mão para uma possível salvação cabendo-nos acreditar e fortalecer a nossa fé.

Mabermuda-Warila

Mabermuda aparece usando, como é característico, a língua nacional, ShiChangana, para partilhar o seu choro, devido a actual pandemia que continua sendo um calcanhar de aquiles ao mundo, “Warila Mabermuda” (Mabermuda chora, tradução livre), e deste choro apela ao povo pela fortificação das medidas de prevenção delineadas pelas unidades sanitárias, sinetando com que se continue a seguir rigorosamente, seja com a lavagem frequente das mãos com água e sabão/cinza ou passando álcool em gel, mantendo a distância recomendada dos demais em situações de aglomerados. E reconhecendo que ficar em casa pode ser ilusório, ao povo moçambicano, visto como um povo que vive um dia de cada vez, Mabermuda recomenda: em saídas coloquem máscara para prevenir-se como também os outros.

Neyma-Wash Your Hands

É mais uma mensagem educativa lançada no âmbito da contenção e combate ao novo Coronavírus, onde a considerada diva da Marrabenta, traz as medidas gerais do combate a pandemia numa vertente infantil com o suporte da UNICEF Moçambique, entidade que a cantora é embaixadora há mais de 2 anos como. Destas medidas o destaque está para a lavagem das mãos que é o título da canção.

Johnson Pedro

Jornalista Cultural

Veja estes artigos

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba novidades no seu email!