
A escassez de gestores envolvidos dos pés a cabeça no mundo de entretenimento, faz com que muitos acreditem na frase “A música não dá dinheiro em Moçambique“, enquanto noutros países, os cantores largam a faculdade, emprego e tudo, para poder seguir a carreira musical, construindo patrimónios surpreendentes, mas na Pérola do Índico é diferente.
Foi olhando nesses aspectos, com dor no peito, que trago este artigo escrito com sangue nos olhos, para todos os amantes da boa música, feita pelos filhos da pátria amada, sem retorno algum, no requesito financeiro, afinal de contas “A fama não coloca pão na mesa, quando mal gerida”.
Ser um cantor dependente de uma label, parece ser uma benção, já que a parte burocrática fica com a equipa de gestão, no entanto, as labels moçambicanas pecam por trabalhar num modelo antigo, descartando a internet, o que levou assim a plataforma de corridas de carros, “Fórmula Um” (F1), à linha do risco, antes de conhecer novos donos.
Essa confiança antiga de trabalhar apenas com marketing pela televisão, mata e vai continuar matando muitos labels, no país, porque na Europa, América e Ásia, os gestores musicais seguem algoritmos das redes sociais, fazendo conteúdos para Tik Tok, Facebook, Instagram… Que resultam em direcionamento para Spotify, Youtube, Apple Music gerando receitas. Em Moçambique, nada fazem, além de produzir músicas e deitar na internet, sem monitoramento.
Para ver o trabalho de gestão de carreira precisa de microscópio, o facto é que se visitar as redes sociais de cantores que dizem estar nas grandes labels, vai se deparar com o deserto pior que Sahara, sem nenhum pingo de conteúdo que atraia os fãs, muitos menos um link que possa “vender” as suas músicas aos novos visitantes que caem de paraquedas.
Alguns cantores partilham mais memes do que as suas próprias músicas, o que significa que não há planeamento estratégico. Talvez precisem ser lembrados que a internet não veio para ficar, pois já ficou e faz parte do nosso dia-a-dia, de forma directa ou indirecta.
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