Carta aberta aos músicos de Moçambique: “Turnê pelas Tv’s e Rádios”- José Xpião

 Carta aberta aos músicos de Moçambique: “Turnê pelas Tv’s e Rádios”- José Xpião

Saudações ilustres!

Antes de rabiscar sobre o assunto supracitado queiram receber as minhas felicitações pelo trabalho que cada um de vocês faz para alavancar a nossa cultura, sobretudo a área do entretenimento, parte que me toca maning!

Ilustres, mais uma vez escrevo para vocês, aliás, sempre escreverei assim que eu achar oportuno para despertar os vossos acertos e erros.
A televisão e a rádio não são os únicos meios para divulgar a obra de um artista, notei que muitos músicos gostam de desfilar nas rádios, particularmente nas TV’s, gostam de ser vistos né, mas alguns não sabem como e quando aparecer.

Meus caros, é cansativo para a audiência ter que assístir ou escutar mesmo artista na mesma semana em diversos programas, não me refiro a música e sim da presença física, há outros que exageram, segunda-feira estão no Manhãs Alegres, terça “Belas Manhãs”, quarta “Tudo ás Dez”, quinta “Entre Nós”, sexta “Batidas” e para fechar, sábado vão ao “Convívio Com Frederico Costa”, outros encerram aos domingos com Sérgio Faife ou “Moçambique em Concerto”.

Chega uma altura em que ficamos saturados, alguns não apresentam nenhuma novidade, e isso concorre para a monotonia dos programas, consequentemente, os públicos dividem-se, a audiência fica dispersa, o músico fica com menos atenção. Estamos numa altura de “Usos e Gratificações” onde há muitas alternativas, o espectador, telespectador só acompanha aquilo que lhe interessa e satisfaz, pelo que troca de canal.

Mesmo com muitas aparições assim como aparências na media, o músico carrega rocha, isto deve-se a falta de mapeamento do público ou seja vocês não conhecem os públicos que pretendem abranger nem sabem o que eles precisam da vossa parte, procurem se reinventar.

Serge Tchakotine na sua abordagem sobre propaganda afirma que: “… É preciso saber fragilizar o auditório tocando nas suas emoções, após uma boa injecção de conteúdos bem sequenciados, assim poder-se-á relaxar os ânimos”.
Se não há boa sequência de gestão de imagem do artista o auditório poderá atingir o seu limite marginal, de acordo com a economia quando o consumidor chega a esse ponto tende a ficar “enjoado” com um determinado produto ou não lhe entra bem, resumindo, tudo em excesso faz mal e enjoa!

Aprenda-se com MC Roger, aparece assim que tiver justificações, por sinal boas, senão vejamos, quando lança nova música ou vídeoclip vai a media apresentar-se, assim como a promoção de um evento aberto ao público e os públicos ficam atentos para saber o que é que o patrão trará, aliás, a cada aparição dele, desperta atenção de novos públicos ou melhor público em potencial como diz Teobaldo Andrade.

Alguns perdem tempo a fazer “turnê” pela rádio e TV talvez os seus públicos não são muito de escutar canais radiofônicos ou ficar afrente de uma tela a assístir o meu amigo Valter Tembe a fazer Passo Maduro e muito menos ligar-se a “explosão matinal” com mano Baloi.

Admiro a Yolanda Kakana, fico 1 ano sem lhe vêr na TV “aparentemente” está a carregar rocha, mas não é verdade, a moça tem estado em eventos fechados e públicos, tenho que recorrer a certos “restorantes” onde ela tem feito espectáculos, e porque é tempo de crise junto uns “dzuzentxos” (200mt) para sumo e 50 para apanhar bus vou curtir boa música, saudável para os meus olhos e ouvidos.

Meus caros, definam os vossos públicos, conheçam suas necessidades e depois escolham os meios de comunicação adequados para melhor se comunicarem. Posicionem-se!

Quem não está preparado para ser Músico é melhor abandonar a carreira a tempo e deixar os que realmente estão interessados em trabalhar.

Moz Entretenimento

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